Mariano descreve golaço de gala e espera por Puskàs: "Por que não?"

mariano 170418Lateral brasileiro diz que não é de fazer muitos gols, mas os que tem na carreira são bonitos

Dominou a bola no meio de campo, pela direita, tabelou com dois, percorreu 44 metros até soltar o pé canhoto da meia-lua e mandar a bola a 102 Km/h no ângulo do goleiro, a 22 metros de distância. Assim, Mariano fez o gol mais bonito do fim de semana passado entre os brasileiros que jogam no exterior. Abriu caminho para a vitória do Galatasaray por 2 a 0 sobre o Istanbul, garantindo a liderança do Campeonato Turco a cinco rodadas do fim.

- Foi um gol inesquecível. Até pelo momento, a gente brigando pelo título, precisava muito da vitória. A importância do gol é bem maior do que o próprio gol.

Gol bonito assim normalmente aparece em listas de cotados para o Prêmio Puskàs, dado pela Fifa aos melhores da temporada. Mariano acha que a repercussão com o lance pelo mundo pode facilitar a entrada ao menos na lista dos golaços candidatos.

- Não custa nada acreditar. Não tem nada a perder. Tomara. Espero que esteja na lista pelo menos. Vai ser ótimo. Recebi muitas mensagens. Deram parabéns. Pelo que vi, rodou bastantes em alguns países. Então, por que não?

Um chutaço assim lembra até lance de videogame. Jogador virtual na concentração, Mariano disse que é mais fácil fazer com o controle nas mãos de olho na tela do que com a bola nos pés nos gramados.

- Acho que no videogame pode ser mais fácil, você está apertando na mão, controla ali.

O domingo foi realmente especial para o lateral. Ele entrou com a filha Giovanna, de dois anos, no colo e repetiu a sorte que teve poucas vezes na carreira. Foi apenas o segundo gol dele no Galatasaray, onde chegou para a temporada atual. Na carreira, são 17 em 479 jogos. Segundo ele, a pouca quantidade é compensada pela qualidade.

- Fiz na temporada retrasada, pelo Sevilla, quando fomos campeões, um belo gol contra o Shakhtar, na semifinal em casa, chutando de fora da área também, mas com o pé bom, o direito. Também fiz dois bonitos quando estava no Bordeaux, na França, um de fora da área, de pé direito, acertei um belo chute. Posso dizer que está entre os mais bonitos. Apesar de ter sido com a esquerda, a dificuldade pode ser maior. Tenho uns três gols aí que acho difícil escolher o mais bonito.

Mas, de canhota?! Mariano lembra de um golaço que fez com o pé trocado aos 19 anos, quando começava a carreira no Guarani.

- Esse foi o segundo, um chutaço assim. Quando comecei no Guarani, estava no banco, no Paulista ou na Série B, contra o Santo André, se não me engano. Entrei como lateral-esquerdo, foi a primeira bola que recebi. Controlei com pé direito e chutei de fora da área também de perna esquerda. Foi um golaço. Esses dois aí, tive muita sorte de acertar um chutaço.